Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
-Basta de guerra, disse a coruja. O mundo é grande e tolice maior do mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.
- Perfeitamente, respondeu a águia. Também não quero outra coisa.
- Nesse caso, combinemos isto: de agora em diante não comerás nunca os meus filhotes.
- Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?
- Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
- Está feito! concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.
- Horriveis bichos! disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao reguressar ao ninho, a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.
- Que? disse esta admirada. Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fiseste...
Para retrato de filho, ninguém acredite em pintor pai. Lá diz o ditado: quem o feio ama, bonito lhe parece.
Minhas corujinhas - Gafa y Ojo, confeccionadas em feltro para tomar conta dos meus óculos que antes ficavam perdidos por aí. Gafa quer dizer óculos e Ojo quer dizer óculos em Espanhol. Elas deram vida a um cantinho do meu Recauchutation Corner.
O Recauchutation Corner era uma parede branca, como eram tantas outras paredes deste apartamento. Primeiro coloquei um espelho, depois porta escova-de-cabelo, estantezinhas para maquiagem, quadrinhos... e agora chegaram Gafa e Ojo para trazer cor e lembrar que sentir-me bonita depende apenas de gostar de mim.
Um comentário:
Em minha casa tinha um livro do Monteiro Lobato que também tive a sorte de ler e se não estou em erro era sobre com a boneca Emília, o Pedrinho, a Narisinho, etc. e descobriam petróleo no Sítio.
Postar um comentário